Perfil

A fotografia de natureza foi o melhor caminho que encontrei para me expressar. Queria aventurar-me e não passar indiferente perante a vida. Queria estar aberto, envolver-me com humildade. E, acima de tudo, queria ter sensibilidade para ver e emocionar-me com a natureza.

Iniciei a fotografar aos 18 anos por pura diversão com a máquina de meu pai. Depois de quatro vestibulares para agronomia, na quinta tentativa passei em administração de empresas. Mas, depois de um ano, mudei para jornalismo. Começava, enfim, a traçar a minha carreira profissional.

Quando acabei a universidade, fiz alguns cursos de computação gráfica e de fotografia no International Center of Photography (ICP), em Nova York. Após dois anos, a saudade da família me trouxe de volta ao Brasil. Em Porto Alegre, montei uma pequena produtora de vídeo e computação gráfica, o que acabou me afastando um pouco da área de fotografia.

Mas eu estava inquieto e com vontade de viajar, de voltar um pouco para o interior, de conhecer nosso país com tantas belezas e contrastes. Foi, então, que, em 1995, conheci alguns parques nacionais e, finalmente, eu retomei meu caminho.

Hoje, quando volto de uma viagem, as expectativas são grandes. Espero ver aquela foto mágica. O “click” único, no qual abertura e velocidade se combinam de maneira singular; onde a luz, a composição e, especialmente, o objeto fotografado estão em perfeita harmonia.

É uma sensação gratificante. Esquecer-se de si mesmo, deixar que a natureza nos toque e ter paciência para manter um olhar atento. Permitir que o olho capte pequenas sutilezas, às vezes sem saber como. Ir ao encontro da essência. Ver a beleza da natureza por trás do comum e do supérfluo.