24/06 – Lençóis e a folia de São João
A festa de São João nos impressionou. Quando anoiteceu, muitas fogueiras foram acesas no meio das ruas e pareceu que todo mundo saiu às ruas. Alguns blocos percorreram a cidade cantando e fazendo a maior folia. Tinha um palco armado no centro da cidade, onde se podia comprar comidas típicas e dançar um forrozinho (é claro que o Renato não quis dançar comigo!).
O que mais gostamos foi um grupo de músicos que tocava solitário na porta de um bar. A sanfona, o triângulo e o tambor pareciam alheios àquela agitação toda e faziam uma música que nos remetia à mais clara definição de forró: aquele pé de serra, dançado num barzinho simples, embalado pelas músicas de Luiz Gonzaga.
Na verdade, a grande festa começou às 23 horas, quando já estávamos muito bem acomodados na nossa barraquinha. Apesar da distância, ouvíamos toda a festança como se ela estivesse ao nosso lado. Foram duas noites mal dormidas.
Durante o dia, visitamos o Poço do Diabo e a Cachoeirinha do Pai Inácio: uma jóia de cachoeira, bem pequenina, localizada em meio à mata, definindo uma paisagem bem diferente de tudo o que se vê na Chapada. É um recanto divino, e, ainda bem, pouco acessível e divulgado.
Para terminar o dia, fomos assistir mais uma vez ao espetáculo do pôr-do-sol no Morro do Pai Inácio.
Mas a maior surpresa foi ter encontrado o Joás Brandão, um dos mais conhecidos guias da região. O Renato o conheceu há 7 anos e o mais surpreendente foi que o guia o reconheceu logo de cara. Ele se lembrava de detalhes daquele encontro de anos atrás e de algumas fotos que o Renato tinha enviado para ele logo em seguida.
Fiquei pasma. Geralmente a nossa memória é tão curta e tão seletiva! Mas o fato dele se lembrar daquilo tudo mostra o valor que ele dava àqueles momentos. Fiquei com vontade de conversar mais com ele e saber mais da sua estória. Mas, quando descemos do Pai Inácio, ele já não estava mais lá. Pena.
Guia, Ambientalista e conhecedor profundo da Chapada, Joás Brandão – contato Instagram: @joas_gap